Nas curvas da Estrada Velha do Mar

Foto: Mauricio Favero

 

A transposição da Serra do Mar, conhecida também como “A Muralha”, é mais antiga do que a chegada dos Portugueses no Brasil.

Os indígenas que aqui moravam, costumeiramente subiam e desciam a serra através da então chamada Trilha dos Tupiniquins, havendo grande intercâmbio entre as tribos.

Frente a diversos ataques de tribos rivais, o governador Mem de Sá solicitou aos jesuítas a abertura de um novo caminho, chamado Caminho do Padre Anchieta.

 

Recorte do Livro Capitães do Brasil de Eduardo Bueno

 

Este caminho serviu como rota de comércio por vários anos, mas tornou-se obsoleto, visto que o trânsito de muares era inviável e essa era a forma mais rápida para escoar a produção de açúcar do planalto até o porto de santos.

Então, em 1792, um novo trajeto foi aberto a mando do governador da capitania de São Paulo, Bernardo José Maria de Lorena. Era pavimentado em lajes, uma extraordinária obra de engenharia para o período: a Calçada do Lorena.

 

Calçada do Lorena

 

Por essa mesma rota que D. Pedro subiu a serra para proclamar a independência, no dia 07 de Setembro de 1822.

Com o aumento do fluxo de produtos para o porto e o tráfego de carros de boi, a rota foi melhorada duas vezes, não só na sua estrutura, como no seu traçado também, tendo seu nome alterado para Estrada da Maioridade, em 1846 e posteriormente Estrada Vergueiro, em 1864.

Foi usada por automóveis pela primeira vez em 1908 e no início de 1920 foi pavimentada com concreto e tornou-se a 1ª rodovia da América Latina. A estrada então foi chamada de Caminho do Mar ou Estrada do Mar.

 

 

Era o caminho obrigatório para a Baixada Santista, mas com a inauguração da Rodovia Anchieta em 1947 caiu em desuso e foi chamada de Estrada Velha. Em 1985 foi desativada.

Transformada em um pólo de ecoturismo em 2004, exibe belas paisagens da Mata Atlântica, mirantes incríveis do litoral e possui monumentos históricos belíssimos.

Nos 9 km de descida, você encontrará primeiramente a Casa de Visitas do Alto da Serra. Vale a pena dar uma paradinha e conhecer a história e funcionamento da Usina Henry Borden. Você poderá avistar também o Reservatório do Rio das Pedras, que, juntamente com a Casa de Visitas, foram construídos para fazer parte do complexo da Usina.

 

Reservatório Rio das Pedras – Alto da Serra

 

Em 1922 em comemoração ao centenário da independência brasileira, vários monumentos foram construídos na serra e em cada um deles há um monitor para explicar sua história.

O Monumento do Pico está localizado no ponto mais alto da Calçada do Lorena, você tem uma vista esplêndida da Serra do Mar e do litoral paulista.

 

Monumento do Pico

 

Construído já na descida da serra, mas bem no alto, antes de começar as grandes curvas. O Pouso de Paranapiacaba era um ponto de parada para os carros, onde se aprontavam para a descida ou descansavam depois da subida. Dispunha de uma bica para fornecer água para os radiadores dos carros.

 

Pouso de Paranapiacaba

 

Marcando o primeiro encontro da Calçada do Lorena com a estrada, está o Belvedere Circular.

O Rancho da Maioridade é o monumento mais popular, envolto em boatos que se espalharam no decorrer da história, que Pedro I se encontrava com a Marquesa de Santos nesse local, o que é totalmente ilógico, porque eles romperam o relacionamento em 1829 e a marquesa morreu em 1867. O imperador voltou para Portugal em 1831, morrendo em 1834 e o Rancho foi construído em 1922.

Construído também com o intuito de descanso para os carros e seus passageiros. No começo havia até uma garagem, oficina para consertos de automóveis e acomodação para possível pernoite. Também havia uma bica neste local.

 

Rancho da Maioridade

 

Já o Padrão do Lorena marca o segundo encontro entre a Calçada do Lorena e o Caminho do Mar. Possui azulejos pintados de azuis que representam os tropeiros e mulas com mercadorias no século 18.

 

Padrão do Lorena

 

A partir desse ponto o retorno é feito com o mesmo transporte que deixou você no início da caminhada e os dois próximos monumentos você avistará de dentro do veículo.

O Pontilhão da Raiz da Serra foi construído sobre o Córrego do Cafezal e define o fim do trecho de serra. O Córrego Cafezal foi desviado assim como o trajeto da Estrada do mar, devido à construção da refinaria em Cubatão.

Inserido na área urbana de Cubatão, o Cruzeiro Quinhentista foi realocado em 1970, em razão de alterações urbanísticas. Simboliza a fase inicial de ligação entre o litoral e o planalto. Em seu local original, mais próximo da serra, marcava o ponto de cruzamento do Caminho do Padre José com o Caminho do Mar.

 

Cruzeiro Quinhentista – Foto Alessandra Araujo

 

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